Programa comemora o décimo aniversário com um quarto dos brasileiros recebendo o auxílio. A ajuda é necessária, mas seria melhor uma solução para tirá-los do círculo vicioso da esmola.
Impulsionado pelo consumo mundial de commodities como aço e ferro, o
PIB do país experimentou um crescimento anual médio de 4,3% entre 2004 e
2011. O estímulo econômico fez ascender para a chamada nova classe
média 35 milhões de brasileiros. O poder de compra do salário mínimo e o
total de crianças matriculadas nas escolas aumentaram. Embora a pobreza
venha diminuindo, a quantidade de dependentes do Bolsa Família cresce a
cada recadastramento. Em uma década, o número saltou de 3,6 milhões de
famílias para 13,8 milhões. Ao todo, são hoje subsidiados 50 milhões de
brasileiros, um quarto da população do país. Nesse período, apenas 1,7
milhão de famílias deixaram de receber o auxílio. Os números
superlativos fazem do Bolsa Família o maior programa de transferência de
renda condicionada do mundo.
O Bolsa Família está presente em todos os 5 570 municípios
brasileiros. Destes, 1 750 têm mais da metade da população vivendo
parcial ou totalmente com o recurso federal. Ocorre que muitos
beneficiários continuam sem perspectiva ou oportunidade de encontrar uma
ocupação. É certo que, na vida em sociedade, a maioria produtiva deve
auxiliar os incapazes, mas permitir que famílias inteiras sejam
subsidiadas para sempre por um sistema que não estimula sua força de
trabalho é favorecer a dependência. Veja