Faltam 14 anos para que os jornais impressos desapareçam do mapa no
Brasil; os dados fazem parte de um estudo da consultoria americana
Future Exploration Network; nos Estados Unidos, a morte virá mais cedo,
já em 2017, e a família Graham, que vendeu o Washington Post para Jeff
Bezos, da Amazon.com, talvez tenha pressentido o fim; o último país do
mundo a abolir os jornais, segundo o estudo, será a vizinha Argentina
Durante mais de 100 anos, a família
Graham comandou um jornal que se transformou num símbolo de influência e
poder nos Estados Unidos. O Washington Post, o jornal que derruba
presidentes, era o ícone maior da imprensa americana. No
entanto, há duas semanas, os Graham capitularam e venderam o Post por
US$ 250 milhões para o bilionário Jeff Bezos, da Amazon.
Depois disso, o maior jornal
americano, o New York Times passou a ser apontado como a "bola da vez". E
seu publisher, Arthur Sulzberger Jr., embora tenha negado a intenção de
repassar o controle, vendeu na semana passada um grande lote de ações
pessoais. O motivo: a cada dia, as empresas de mídia impressa valem
menos. Sulzberger sabe disso melhor do que ninguém porque vendeu o
Boston Globe, que havia comprado por US$ 1,1 bilhão, por apenas US$ 70
milhões.
Os jornais impressos estão morrendo
nos Estados Unidos – mais de 200 fecharam desde 2008 – e no mundo todo.
Diante dessa transformação estrutural, um estudo da consultoria Future
Exploration Network decidiu cravar a data para a morte das edições em
papel em vários países do mundo.
Nos Estados Unidos, o funeral está
próximo e ocorrerá já em 2017. Ou seja: dentro de quatro anos, não
haverá mais edições em papel no país. O negócio se tornará
antieconômico. No Brasil, dentro de 14 anos, não haverá mais Folha,
Globo e Estadão. Ao menos, nas versões em papel, se o estudo estiver
correto. O país que mais tarde se livrará dos jornais em papel será a
Argentina, onde a morte está prevista para 2039 – a pesquisa foi feita
levando em conta os hábitos de leitura de cada país e também a adesão às
novas tecnologias, como os tablets e smartphones, que se convertem,
cada vez mais, nas novas plataformas de leitura.
A morte dos jornais impressos não
significa que marcas tradicionais irão desaparecer. O britânico The
Guardian avalia encerrar suas edições em papel e circular apenas nos
meios eletrônicos. O Financial Times, que tem 350 mil assinantes online,
diz que irá priorizar sua plataforma com mais assinantes – e o meio
online deve superar o papel já em 2013.
Depois da morte inevitável do papel,
o debate será travado entre publicações pagas, como a Folha, que
institui seu paywall, o muro de cobrança, e as gratuitas, como o 247. O
argumento de quem contesta os mecanismos de pagamento é simples. Se não
há mais o custo industrial, com a impressão, nem o de distribuição, por
que o conteúdo deve ser cobrado? fonte - brasil247