Levando em conta a experiência de quem já participou de todas as gestões
do Poder Executivo da Bahia desde 1986 e de um carlista que agora é
aliado de primeira hora do PT, o vice-governador Otto Alencar, do PSD,
poderia ser o 'homem surpresa' de Jaques Wagner para a disputa de sua
sucessão em 2014; Otto Alencar seria capaz de um feito praticamente
impossível: unir no mesmo palanque os partidos de esquerda que compõem a
aliança de Jaques Wagner (PT) e o DEM do prefeito ACM Neto, que, de
quebra, levaria ainda o PSD.
Nos bastidores, não dá outra. Levando em conta a experiência de quem
já participou de todas as gestões do Poder Executivo da Bahia desde 1986
e de um carlista que agora é aliado de primeira hora do PT, o
vice-governador Otto Alencar, do PSD, é um dos maiores estrategistas da
política baiana e seria o 'homem surpresa' de Jaques Wagner para a
disputa de sua sucessão em 2014.
Oficialmente, contudo, o presidente do PSD na Bahia, que acumula os
cargos de vice-governador e de secretário de Infraestrutura (Seinfa),
jura de pés juntos que não encabeçará uma chapa majoritária, apesar de
essa ter sido uma condição posta pelo representante mor do seu partido,
Gilberto Kassab, quando entregou o PSD à presidente Dilma Rousseff no
Congresso.
Na ocasião em que foi selado o acordo, há pouco mais de três meses,
Kassab pediu a Dilma "reciprocidade" do PT aos candidatos a governador
da Bahia e de Santa Catarina, Raimundo Colombo, que tentará se reeleger.
Otto Alencar nega veementemente sua candidatura e afirma que Kassab
nunca impôs nada à presidente. Em entrevista ao Bahia Notícias, o social
democrático repete o discurso, que, como dito acima, é visto como
estratégia pelos caciques da política baiana. Acredita-se que Otto até
pode não ser o candidato de Wagner, mas será candidato.
Outro feito praticamente impossível é confiado ao vice-governador, se
ele foi candidato. O de unir no mesmo palanque, ainda que de forma
discreta, os partidos de esquerda que compõem a aliança de Jaques Wagner
e o DEM do prefeito ACM Neto, que, de quebra, levaria ainda o PSDB, que
não deve apresentar candidato próprio em 2014.
Abaixo os principais trechos e aqui a entrevista completa de Otto Alencar ao Bahia Notícias.
Otto Alencar seria o único nome que, em um contexto de
vitória da oposição, caso se confirme uma chapa com, por exemplo, Paulo
Souto na cabeça, poderia romper uma tradição da política baiana: o
candidato a senador é sempre escolhido na base do governador eleito. O
senhor pode, a depender da chapa de oposição, ganhar o Senado porque
transita bem tanto do lado do governo atual quanto no da gestão passada.
Concorda com essa análise?
A regra geral é essa: o governador puxa os senadores. Sempre foi
assim. Como toda regra tem exceção, isso pode acontecer. Mas eu vou
trabalhar para apoiar o candidato a governador do meu grupo. Não acho
que tenho essa força para ganhar uma majoritária para senador sem ter o
apoio da base. Tem que ter harmonia no grupo.
Por ter esse trânsito bom nos dois lados, você acha que é o melhor nome da base hoje para o Senado?
Eu não sei. Está cedo ainda. Nunca vi na Bahia a discussão sobre sucessão começar tão cedo. Sempre é depois do Carnaval.
Então, no momento em que Wagner escolher o candidato, o
senhor vai abraçar junto com o PSD, independentemente de qual seja o
partido. Mas Otto pontua bem nas pesquisas. Se o governador disser 'o
candidato é você'?
Ele não vai dizer isso porque sabe que eu sou candidato a senador. Já
falei isso com Wagner algumas vezes. Ele tem conversado comigo, sabe
minha opinião, confia no que eu falo. Nós temos um bom entendimento. brasil247