O dia 2 de julho é celebrado como o Dia da
Independência da Bahia. A data nasceu em 1823, dez meses após a
independência do Brasil, quando o país se livrou dos laços que o
prendiam a Portugal. O curioso dessa história é que, fora da Bahia,
tanto a data quanto os acontecimentos que ela celebra são praticamente
desconhecidos. Segundo o historiador baiano Luís Henrique Dias Tavares,
isso se deve ao fato de que São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais
ganharam uma posição de destaque por causa da proclamação da República e
pelo desdobramento da chamada Revolução de 1930.
O processo de independência da Bahia foi marcado por
vários episódios importantes. Uma guerra teve início no estado e, de
fevereiro de 1822 a julho de 1823, foi pontuada por muita violência
desenfreada, uma legião de feridos, mortes, destruição de edificações,
colapso dos serviços urbanos etc. Heróis surgiram, em sua maioria,
originários das camadas mais pobres da população. Maria Quitéria, João
das Botas e o Corneteiro Lopes são exemplos destes nomes que,
curiosamente, não são lembrados nos livros didáticos de História do
Brasil.
A independência da Bahia
Quando Portugal nomeou Ignácio Luiz Madeira de Mello como novo governador de Armas do Brasil, surgiu um movimento de resistência que envolveu civis e militares. Tropas portuguesas começaram a invadir os quartéis. Em Salvador, tomaram o Forte de São Pedro e o Convento da Lapa, onde havia alguns soldados brasileiros. Neste episódio, a abadessa Sóror Joana Angélica tentou impedir a invasão e acabou sendo morta.
Quando Portugal nomeou Ignácio Luiz Madeira de Mello como novo governador de Armas do Brasil, surgiu um movimento de resistência que envolveu civis e militares. Tropas portuguesas começaram a invadir os quartéis. Em Salvador, tomaram o Forte de São Pedro e o Convento da Lapa, onde havia alguns soldados brasileiros. Neste episódio, a abadessa Sóror Joana Angélica tentou impedir a invasão e acabou sendo morta.
Concluída a ocupação militar em Salvador, a cidade
recebeu novas tropas portuguesas e muitas famílias baianas fugiram para
as cidades do recôncavo. Na resistência, o coronel Joaquim Pires de
Carvalho reuniu todo seu armamento e tropas e entregou o comando ao
general Pedro Labatut. Pouco a pouco os territórios baianos foram sendo retomados.
Sob o comando do coronel José Joaquim de Lima e Silva
o exército realizou uma grande ofensiva contra os portugueses,
resultando na rendição das forças portuguesas. Com a vitória, o Exército
Brasileiro entrou em Salvador no dia dois de julho de 1823,
consolidando a retomada da cidade e fim da ocupação portuguesa no
Brasil.
Independência finalA Bahia foi o
último foco de todo o processo da Independência do Brasil. O Dois de
Julho deve ser entendido como a verdadeira independência do país. A data
merece ser resgatada e valorizada como um importante marco na história,
não só da Bahia, mas do Brasil. Veja na uesb