O
senador Pedro Simon (PMDB-RS) disse esperar que a presidente Dilma
Rousseff fale à nação a respeito do quadro político após as
manifestações no país. Em pronunciamento na tribuna, nesta sexta-feira
(21), Simon avaliou que esse será o pronunciamento mais importante de
Dilma, estando seu prestígio e mesmo sua reeleição amarrados ao que dirá
em resposta ao recado que está vindo das ruas. “É hora de ela se
identificar com esse povo que está nas ruas”, afirmou.
Simon destacou ainda a reunião da
presidente com um grupo de ministros para avaliar a situação. Para o
senador, ela deve assumir papel de comando, não pelo “grito”, mas no
“diálogo”, mas deixar claro que acabou a tolerância com a política de
barganhas. Disse que a mensagem deverá ser também transmitida aos
partidos da base governista. “Seria ridículo de minha parte pedir que
Dilma rompesse com as alianças. Não digo isso, mas que ela pode reunir
os partidos para mostrar as manchetes que estão percorrendo o mundo
inteiro”, disse.
Além da crença em que as manchetes
sirvam como elemento de convencimento, ele também manifestou confiança
na capacidade pessoal de Dilma Rousseff para enfrentar a situação. O
senador lembrou que a presidente mostrou força para, ainda jovem,
superar a tortura. Também mencionou suas qualidades como gestora, desde
que participou do governo do Rio Grande do Sul e como chefe da Casa
Civil de Lula. Agora, assinalou, Dilma deve tomar posição a favor de uma
nova forma de fazer política. “Ou continua com a política do
‘troca-troca, vota comigo’ e as emendas serão atendidas ou com a
política da grandeza”, afirmou.
O senador também comentou a condenação
de Dilma ao fato de o PT, em São Paulo, ter orientado a militância a
participar dos protestos. Líderes e manifestantes estão rejeitando a
presença organizada de partidos. Simon lembrou que a iniciativa ocorreu
depois da reunião de Dilma com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva, o presidente do PT e o marqueteiro João Santana. A seu ver, isso
acabou estimulando a interpretação de que a ideia nasceu da reunião.
Simon condenou ainda a ação de manifestantes que, na contramão da maioria, praticaram atos de vandalismo durante os protestos.Agência Senado