A notícia da renúncia de Bento XVI ao papado assombrou o mundo: o último a fazê-lo tinha sido Gregório XII, em 1415, há quase 600 anos. O motivo alegado foi o envelhecimento do Pontífice que, aos 85 anos, já não teria o vigor físico e espiritual para a tarefa de governar o Vaticano e comandar a Igreja Católica em crise, com seus mais de 1 bilhão de seguidores. A muitos que se recordam do prolongado calvário de um João Paulo II doente no período final de seu longo papado, o ato de Bento XVI pode ter parecido como de fraqueza e de fracasso. Em sua última audiência pública, ontem, ele explicou a decisão: “Senti que meus poderes foram diminuindo. E pedi ao Senhor insistentemente, em oração, que me iluminasse (…) para fazer-me tomar a decisão acertada, não para o meu bem, mas para o bem da Igreja.” Sua trajetória à frente da Igreja, iniciada em 2005, teve, afirmou, “momentos de alegria e luz, mas também momentos que não foram fáceis”, quando parecia que “Deus estava dormindo”. Leia mais Blog do Noblat.
O gabinete de imprensa do Vaticano recebeu no total 3.641 pedidos de credenciamento de 61 países para cobrir a histórica renúncia do papa Bento XVI e o Conclave para a eleição de seu sucessor.
A maioria dos pedidos foram apresentados por redes de televisão (2.470), 336 de meios de comunicação impressos, 156 de fotógrafos, 231 de rádio e 115 de sites.terra
"Bento XVI já não é mais o Papa; 'sou um peregrino', disse ele em despedida"
"Bento XVI já não é mais o Papa; 'sou um peregrino', disse ele em despedida"
Quando um Papa morre ou, no caso excepcional de Bento XVI, renuncia, o governo provisório da Igreja Católica passa para as mãos do cardeal camerlengo, cargo ocupado pelo atual secretário de Estado, o cardeal Tarcisio Bertone, nascido na cidade italiana de Romano Canavese em 2 de dezembro de 1934.
O cardeal camerlengo é o encarregado pela administração dos bens e dos direitos temporários da Santa Sé, ajudado por três cardeais assistentes.
Ele também é o responsável por, se for o caso, confirmar a morte do papa, assinar a ata da morte, selar o apartamento papal no Vaticano, tomar posse do Palácio Apostólico Vaticano e dos palácios Lateranense e de Castel Gandolfo.
Nesta ocasião, o pontífice continua vivo e a primeira ação do camerlengo, depois que Bento XVI deixou o pontificado, será selar o apartamento do pontífice e tomar posse do Palácio Apostólico Vaticano.(g1)
O cardeal italiano Tarcisio Bertone reza missa em 9 de fevereiro no Vaticano |