A Bahia tem uma das maiores malhas rodoviárias dentre todos os estados da federação. Em seu total, chegam a somar cerca de 6.500 quilômetros em rodovias. Por outro lado, tem uma contigente de policiais rodoviários federais muito aquém da sua necessidade, contando com cerca de 550 agentes (talvez menos) para patrulhar todo esse território. Isso dá uma média de 11 quilômetros por patrulheiro, quando o ideal é que cada um cuidasse de pouco menos que a metade disso. No entanto, a população da Microrregião de Ribeira do Pombal recebeu com perplexidade, na última sexta-feira (14 de dezembro de 2012) a notícia de que o posto da Polícia Rodoviária Federal seria fechado em pouco mais de quinze (15) dias, a contar da data acima apresentada. Um posto de extrema importância, não apenas para o município onde se localiza, para todas as cidades ao redor.
Várias são as razões para que se considere a decisão de fechamento desse posto como um desatino e grande equívoco. Primeiramente a própria atuação dos policiais na região, tendo eles participado de diversas investigações que coibiam infrações de diversos gêneros, o tráfico de drogas - incluindo diversas apreensões amplamente divulgadas pela mídia local -, e a participação com grande êxito no Conselho de Segurança do Município (CONSEG), tornando-se um parceiro imprescindível em todas as ações programadas pelo mesmo; ações que reverberam por todos os cantos da região, não apenas no município onde se localiza fisicamente. No mínimo, nesse sentido e restringindo o papel da PRF, somente o combate as drogas impede que as mesmas sejam repassadas as mais diversas cidades e povoados aqui existentes. Fato inegável e incontestável.
Um segundo ponto importante para a necessária manutenção da presença dessa importante força policial se deve ao “buraco negro” que viria a existir com a extinção da mesma. E não é difícil perceber como isso viria se tornar um caos. A localização desse posto se dá justamente no meio do caminho entre Feira de Santana e Paulo Afonso, ou esta e Alagoinhas, dando um total de cerca de 360 e 340 quilômetros, respectivamente, entre as cidades. Ora, se há a necessidade de mais agentes da PRF para dar conta do total das estradas no estado da Bahia, em medida se pode conceber o fechamento de um posto como o existente em Ribeira do Pombal? Como se pode compreender que uma das justificativas seja justamente a contenção de despesas, quando está mais do que claro que a necessidade é de investimentos? A retirada desse posto, existente de forma central na BR 110 acabaria por encorajar o crescimento da perturbação da ordem e o número de infrações, da criminalidade, do tráfico de drogas em toda essa área, uma vez que não haveria quem pudesse dar conta dessas atividades de forma tão maestra.
Uma outra justificativa apresentada a população, e apresentada como solução, se mostra mais que irrisória, insuficiente, além de não dar a segurança necessária a mesma; tal se refere a transferência de tais atividades da PRF para a polícia militar. Mas como isso seria possível? Uma cidade onde a PM mal conta com dez agentes, e que, diga-se de passagem, não possuem “jurisprudência” no que se refere aos crimes praticados em rodovia federal, como essa fraca guarnição seria capaz de atuar de forma a proteger a região de forma minimamente similar ao que têm feitos os agentes da PRF aqui localizados?
fonte - http://www.novasoureindependente.blogspot.com.br/