Em busca de um discurso de unidade entre os partidos de oposição, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso defendeu neste sábado, no ato de lançamento da candidatura de José Serra à presidência da República, que a aliança entre o ex-governador de São Paulo e o mineiro Aécio Neves, ex-governador de Minas, é completa e forte por si própria.
"Quem tem Serra e Aécio não precisa de mais nada, só de amigos. E amigos nós temos, amigos estão aqui presentes e vão nos levar à vitoria", disse FHC, presidente de honra do PSDB.
Enfatizando os feitos de seu governo, embora não tenha citado a polêmica das privatizações, Fernando Henrique adotou o tom de crítica e condenou escândalos de corrupção na gestão petista, período em que, segundo ele, "pessoas irresponsáveis passavam a mão na cabeça de todo mundo". "O Brasil do Serra vai ser o Brasil da decência", disse FHC.
Em resposta ao que classifica de "obras de marketing", como projetos estruturantes de infraestrutura, o ex-presidente disse que o governo Lula se pauta por "arrogância, desprezo à lei e autoconfiança ilimitada".
"Vamos escolher dentro de poucos meses que Brasil queremos, se um Brasil que ao olhar para o passado o difama, que no presente transforma tudo em marketing ou se vamos querer um Brasil que construa o futuro. Serra é o construtor do futuro. Só se pode entregar um país com o Brasil a quem tem qualidade de liderança", observou.
Em tom de provocação, questionou obras consideradas prioritárias para o governo Lula. "Falou-se tanto de obras no Brasil e quase todas são faladas na ótica do marqueteiro. Procurei a (ferrovia) Transnordestina e não encontrei, procurei o biodiesel, não vi. Um milhão de casas? Não achei", ironizou.

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