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Há 20 anos, “Nelson” Rolihlahla Mandela deixou a prisão Victor Verster caminhando, ao lado de Winie Madikizela, sua esposa na época. Livre em 1990, aos 72 anos, ele havia passado os últimos 27 atrás das grades por ousar a se opor ao regime racista que dominava a África do Sul. Um mar de pessoas o aguardava nas ruas para dar início finalmente à edificação da democracia sul-africana. Mandela é filho do conselheiro do chefe máximo do vilarejo de Qunu (atual província do Cabo Oriental), onde nasceu. Aos sete anos, tornou-se o primeiro membro da família a frequentar a escola, onde lhe foi dado o nome inglês "Nelson". Aos 16 anos, seguiu para o Instituto Clarkebury, na África do Sul, onde estudou cultura ocidental. Prisão Acusado de crimes capitais no julgamento de Rivonia, em 1963, a declaração que deu, no banco dos réus, foi sua afirmação de posição política: "Tenho defendido o ideal de uma sociedade democrática e livre na qual todas as pessoas convivam em harmonia e com oportunidades iguais. É um ideal pelo qual espero viver e que espero alcançar. Mas, se for preciso, é um ideal pelo qual estou preparado para morrer". Em 1964 Mandela foi condenado à prisão perpétua. No decorrer dos 27 anos que ficou preso, Mandela se tornou de tal modo associado à oposição ao apartheid que o clamor "Libertem Nelson Mandela" se tornou o lema das campanhas anti-apartheid em vários países. Durante os anos 1970, ele recusou uma revisão da pena e, em 1985, não aceitou a liberdade condicional em troca de não incentivar a luta armada. Mandela continuou na prisão até fevereiro de 1990, quando foi libertado em 11 de fevereiro pelo presidente Frederik Willem de Klerk, que também revogou a proibição do CNA e de outros movimentos de libertação. Como presidente do CNA (de julho de 1991 a dezembro de 1997) e primeiro presidente negro da África do Sul (de maio de 1994 a junho de 1999), Mandela comandou a transição do regime racista, o apartheid, ganhando respeito internacional. Em 1999, Mandela conseguiu eleger o sucessor, Thabo Mbeki, que posteriormente foi obrigado a deixar a Presidência depois de uma manobra política do seu maior rival dentro do CNA, Jacob Zuma.