A eleição que será na segunda-feira (21), na Escola Municipal Dr. Sátiro Dias - zona urbana e nas escolas das comunidades rurais, terá o voto facultativo e está aberta aos professores e demais servidores da rede municipal de educação.
Nesta quinta-feira (17), o RL News noticiou o nome das duas candidatas e uma já foi entrevistada.
A nossa convidada de hoje é a pedagoga Cristiane
Nery. A educadora concedeu a entrevista via aplicativo whatsApp.
RL News: Professora Cristiane Nery, ao ser convidada e indicada para candidatar-se a Secretária de Educação do município, a senhora vê este modelo como um novo passo na educação do município, já que é inédito?
Cristiane - Sim. Sinto-me muito honrada, primeiro
por ter sido indicada e segundo por participar deste processo pré-emancipatório
da educação inhambupense que garantirá futuramente uma escolha completamente
democrática para a próxima gestão quando os professores poderão escolher de
forma direta seu representante, terceiro pela escolha da minha oponente, minha
colega Rita profissional competente, digna e compromissada com a educação.
RL News: Pela sua experiência este modelo
democrático de escolher o secretário fortalece a educação de fato ou tudo fica
no “imaginei”?
Cristiane - No meu entender fortalece, pois ao
escolher um (a) secretário (a) oriundo da própria rede abre espaço para uma
gestão mais participativa e democrática onde o(a) professor(a) e demais
servidores (as) da educação veem-se representados por alguém que conhece e até
mesmo vivencia os problemas, as dores e vitórias. Há uma representatividade.
RL News: Caso seja eleita, que olhar terá para a
escola do campo, principalmente para as mais distantes do centro.
Cristiane - As escolas do campo por sua distância e formato (me refiro a, na verdade seu molde não privilegia uma aprendizagem eficaz e exige uma demanda maior de esforço, metodologia variada por parte do professor).
RL News: Caso seja eleita, como pretende acolher
alunos e professores em 2021 diante desta pandemia? Nossa educação não pode
parar!
Cristiane - Claro que não pode parar até porque a
escola propicia não só a aprendizagem, mas a interação social, o respeito ao
próximo e as regras é um pequeno universo que espelha a vida em sociedade.
Então, o acolhimento aos professores, alunos e servidores exigirá um
planejamento logístico responsável seguindo as medidas de segurança ditadas
para este momento em que vivemos e que exigirá diálogo entre os setores da
educação, da saúde e da administração. Momento que ainda não aconteceu até
mesmo por conta deste momento de eleição.
RL News: Aos nossos professores e alunos, qual é a
melhor forma de avaliar conhecimentos e habilidades?
Cristiane - Considero avaliar a parte mais difícil
do processo ensino-aprendizagem e esta pandemia nos trouxe vários
questionamentos e inquietações: e agora como avaliar? Teremos alunos com
déficit de aprendizagem e teremos que rever e adequar os conteúdos de forma que
nossos alunos continuem avançando sem prejuízos tão profundos. Precisamos
pensar numa aprendizagem significativa, ativa, criativa que diminua esse
déficit, também precisamos nos adequar ao uso das novas tecnologias como
ferramenta de aprendizagem. Diante desse contexto como iremos avaliar
quantitativamente? Qualitativamente? Seguiremos ao pé da letra as habilidades e
competências da BNCC previstas para cada ano/série? Ou moldaremos nossa forma
de avaliar à nossa atual realidade? Considero que os moldes de avaliação
existentes terão de ser repensados e discutidos dentro da realidade
pós-pandemia.
RL News: Fale de sua atuação como educadora e deixe
uma mensagem aos alunos, professores e demais servidores da Secretaria de
Educação e peça seu voto.
Cristiane - Formei-me em Magistério no Colégio Dr.
Luís Coelho, em Pedagogia na UCSAL e fiz pós-graduação pelo Instituto Ênfase em
Metodologia do Ensino Superior. Antes do final do curso de Pedagogia comecei
cursar Psicopedagogia, porém era muito jovem e ainda não possuía maturidade e
sensatez necessárias para continuar. Hoje estou cursando outra pós em L.
Portuguesa, pois o processo de leitura e escrita me fascinam, sou completamente
apaixonada por letras, palavras e sua representação de pensamentos e ideias.
Continuei me especializando através dos cursos oferecidos pela SEDUC-Inhambupe
como o Pró-Letramento, pelo ICEP e
vários outros.
Meus primeiros trabalhos foram no CDAC, Dínamo,
Colégio São Francisco como professora, alternadamente. Em 1997 iniciei na
SEDUC, em Inhambupe como Coordenadora Pedagógica, onde muito aprendi, depois
fui Coordenadora da Regularização do Fluxo do programa do estado Educar para
Vencer, época na qual criei e implantei classes da rede municipal no F1 e F2,
pois só existiam as classes da rede estadual de ensino. Também lecionei no
Colégio Estadual Mário Costa Filho nos segmentos da EJA, F2 e Ensino Médio, via
REDA. E finalmente em 2007 me tornei funcionária efetiva indo lecionar na
Escola Municipal Dr. Sátiro Dias onde permaneci até 2017 quando assumi a
Coordenação Pedagógica do Colégio Municipal John Kennedy.
Sempre fui curiosa e inquieta em relação ao
conhecimento, mesmo durante a faculdade já dava aulas no SESI como estagiária.
Gosto de ler, discutir ideias e aprender sempre. Esta inquietação e sede de
saber e fazer me fez ocupar diversas funções na educação, como coordenar o EJA
no Sindicato dos Trabalhadores, assim como o curto período em que fui
Secretária de Educação quando foi promovido o primeiro e único simpósio entre
os professores dando voz à classe. Essas experiências me permitiram conhecer
realidades diversas e inúmeras dicotomias: escola pública x escola privada,
diretor x professor, gestor x coordenador x professor.
Acredito no respeito ao próximo, na gentileza e
principalmente na empatia: se coloque sempre no lugar do outro. Prefiro sempre
a conciliação ao embate e uma boa conversa reflexiva.
E a educação enquanto rede de ensino, a enxergo
como uma engrenagem onde todos os elos são importantes e interdependentes se
cada elo não estiver bem ajustado e alinhado não funciona corretamente. Do
porteiro ao secretário todos são importantes em sua função. Imagine uma escola sem
porteiro onde o professor precisa interromper sua aula para abrir o portão da
escola a cada vez que chega uma pessoa?
Educação não se faz só, não se faz sem humanismo ou
respeito ao próximo. Acredito profundamente na educação só ela é capaz de
tornar este mundo melhor.
Assim, sinto-me confortável para pedir o seu voto
caro (a) colega servidor da educação pela experiência que possuo e pela vontade
de contribuir e construir uma educação de qualidade e humana para os nossos
munícipes.
Obs: compareça para votar usando máscara, devido a Covid-19. Leve sua caneta e seu documento de identificação com foto!