Imagem aérea de Coronel João de Sá - Foto: Studio Júnior Nascimento |
Cerca
de 100 famílias ribeirinhas da cidade de Coronel João Sá ficaram desalojadas
depois que o município foi invadido por águas de uma barragem que fica no distrito de Quati, na cidade de Pedro Alexandre, na
manhã desta quinta-feira (11). Não há registro de feridos ou desaparecidos.
Em Pedro Alexandre,
também não há registro de desaparecidos, feridos, desalojados ou desabrigados.
Moradores dos dois municípios falaram sobre a situação da região depois da
inundação.
A barragem do Quati foi construída pela Companhia de
Desenvolvimento e Ação Regional (CAR) e entregue em novembro de 2000 à
Associação de Moradores da Comunidade do distrito. Ela represa água do Rio do
Peixe para o período de estiagem, mas transbordou após as fortes chuvas que
caem na região.
A
cidade de Coronel João Sá foi a mais atingida pela inundação, porque fica em
uma altitude mais baixa que Pedro Alexandre. Antes da enxurrada chegar em
Coronel João Sá, o prefeito Carlinhos Sobral se pronunciou nas redes sociais e
pediu que os moradores saíssem das casas.
“Eu peço
encarecidamente que todas as pessoas que moram nas áreas de risco que saiam das
suas casas. Peguem seus documentos pessoais, peguem também seus objetos de valor,
o que puder levar de eletrodoméstico, o que puder salvar de móveis, porque a
gente não sabe ainda as consequências porque nunca passamos por ela”, disse
ele.
Prefeitura de Pedro Alexandre decreta situação de emergência e calamidade pública - Foto: Arquivo pessoal/Gino Giubbini |
A Defesa Civil de
Pedro Alexandre informou ao G1 que houve o rompimento da barragem. O
rompimento também foi confirmado pelo Ministério do Desenvolvimento Regional
(MDR), pela Agência Nacional de Águas (ANA) e pelo Departamento Nacional de
Infraestrutura de Transportes (DNIT).
No entanto, na noite
desta quinta, o Governo do Estado informou que não houve rompimento da
barragem, mas sim um transbordamento. OG1 questionou se técnicos do estado estiveram
no local para constatar que não houve rompimento. No entanto, o governo
respondeu que a posição oficial é que não houve colapso no equipamento, mas não
detalhou o que de fato aconteceu, e nem como se chegou a essa conclusão.
A
preocupação da gestão de Coronel João Sá, cidade que fica a 45 km de Pedro
Alexandre, é com as famílias que moram às margens do Rio do Peixe, que corta a
região. A água que vazou da barragem segue o curso do rio e, por volta das
15h30, já havia chegado a João de Sá.
O percurso do rio
entre as duas cidades é de cerca de 80 km. Não há informações da velocidade da
água, mas há confirmação de risco de invasão de casas e de prejuízos materiais
por todo o município.
Desde o início da
manhã, a administração de Coronel João Sá, que fica em um nível abaixo da
barragem e é cortado pelo Rio do Peixe, pede para cerca de 120 famílias que
moram às margens do rio deixem o local. No total, 300 pessoas vivem na área
considerada com risco de ser atingida pela água.
Coronel
João Sá já tinha áreas alagadas, mas por conta da chuva. A preocupação
adicional é justamente com a enxurrada provocada pelo vazamento da barragem do
Quati. A água começou a invadir a cidade por volta das 15h30.
Até esse horário, a
prefeitura da cidade ainda não tinha conseguido fazer a retirada das pessoas
das casas. Os moradores, segundo o secretário de comunicação, se recusam a
deixar os imóveis. Escolas foram disponibilizadas pelo município para
abrigá-los.
Município de Coronel João Sá tomado pela água após chuva e rompimento de barragem de cidade vizinha — Foto: Studio Júnior Nascimento |
Conforme o Instituto
Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Pedro Alexandre tem cerca de
16.695 moradores. Já Coronel João Sá tem uma população que chega a 17.066.
A
prefeitura da cidade de Pedro Alexandre, que fica a cerca de 435 km de
Salvador, decretou situação de emergência e
calamidade pública nesta quinta-feira, após o município ser
invadido pela água da barragem do povoado de Quati.
O documento foi
publicado no Diário Oficial do município. No decreto, o prefeito Pedro Gomes
Filho informou que a situação de emergência foi decretada "considerando o
volume de água que tomou a cidade, causando inundações, enxurradas, alagamentos
que ocasionaram danos materiais em residências, vias públicas, pontes e
equipamentos públicos diversos". G1