Em mais uma reportagem da folha em parceria com The Intercept Brasil, foi revelado que o procurador da Deltan Dallagnol fez um plano de negócios de eventos e palestras para lucrar com a fama e contatos obtidos durante a Operação Lava Jato.
Nas mensagens analisadas pelos veículos, Deltan e mais um colega da Operação, discutiram em grupo no Telegram criado no fim de 2018 sobre a criação de uma empresa na qual eles não apareceriam formalmente como sócios, para evitar questionamentos legais e críticas. A justificativa da iniciativa foi apresentada por Deltan em um diálogo com a mulher dele. “Vamos organizar congressos e eventos e lucrar, ok? É um bom jeito de aproveitar nosso networking e visibilidade”, escreveu.
Os procuradores também avaliaram a possibilidade de criar um instituto e obter elevados cachês. “Se fizéssemos algo sem fins lucrativos e pagássemos valores altos de palestras para nós, escaparíamos das críticas, mas teria que ver o quanto perderíamos em termos monetários”, comentou Deltan no grupo com o integrante da força-tarefa. Os membros do Ministério Público são impedidos por lei de gerenciarem empresas. Eles podem apenas ser sócios ou acionistas de companhias. Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil