O ex-governador de Goiás Marconi Perillo acaba de ser preso na
Operação Cash Delivery. É mais um revés para o PSDB, que sofreu sua maior
derrota eleitoral na disputa presidencial deste ano. Perillo foi preso ao se
apresentar à Polícia Federal para prestar depoimento nesta tarde. Sua defesa,
representada pelo advogado Antônio Carlos de Almeida Castro, o Kakay, se diz
"perplexa" e "indignada". Em setembro, ele já havia
sido alvo de busca e apreensão.
A
investigação tem como base os depoimentos dos delatores Fernando Reis e
Alexandre Barradas, da Odebrecht, que citaram repasses de R$ 10 milhões ao
tucano. O ex-governador teria recebido R$ 2 milhões na eleição de 2010 e R$ 8
milhões em 2014, de acordo com as delações. O caso tramitava no Superior
Tribunal de Justiça, mas foi enviado à Justiça Federal de Goiás em abril, após
Perillo deixar o governo para se candidatar ao Senado.
Leia abaixo
a nota:
A Defesa de
Marconi Perillo, perplexa, vem registrar a completa indignação com o decreto de
prisão na data de hoje. O Tribunal Regional da Primeira Região ja concedeu 2
liminares para determinar a liberdade de duas outras pessoas presas nessa mesma
operação, através de decisões de 2 ilustres Desembargadores. O novo decreto de
prisão é praticamente um "copia e cola" de outra decisão de prisão já
revogada por determinação do TRF 1. Não há absolutamente nenhum fato novo que
justifique o decreto do ex Governador Marconi Perillo, principalmente pelas
mencionadas decisões anteriores que já afastaram a necessidade de prisão neste
momento. Na visão da defesa, esta nova prisão constitui uma forma de
descumprimento indireto dos fundamentos das decisões de liberdade concedidas a
outros investigados. A Defesa acredita no Poder Judiciário e reitera que uma
prisão por fatos supostamente ocorridos em 2010 e 2014, na palavra isolada dos
delatores, afronta pacífica jurisprudência do Supremo, que não admite prisão
por fatos que não tenham contemporaneidade. Marconi Perillo recebeu o decreto
de prisão quando estava iniciando o seu depoimento no departamento de Polícia
Federal e optou por manter o depoimento por ser o principal interessado no
esclarecimento dos fatos. [brasil247 / Foto reprodução]